quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Bourne. Jason Bourne.

No ano das continuações no cinema, finalmente um filme realmente espetacular e com razão pra existir. Matt Damon retorna no capítulo final da trilogia de Jason Bourne (será?), O ULTIMATO BOURNE (The Bourne Ultimatum, 2007), mais uma vez sob o comando de Paul Greengass.


Fazendo uma conexão imediata com o capítulo anterior (A Supremacia Bourne, de 2004) Jason Bourne (Matt Damon) vai em busca de sua origem. Investigando seu próprio passado, Bourne viaja para Moscou, Paris Londres, Tanger, para finalmente chegar em Nova York, onde busca as respostas para solucionar seu caso, enquanto é perseguido pela CIA, Interpol e por grupos obscuros do governo americano.

Quem disse que um filme de ação não precisa ser inteligente e ter um roteiro redondo? O Ultimato Bourne possui essas qualidades e vai além: direção insana de Paul Greengass, edição inebriante, trilha sonora frenética, cenas absurdamente perfeitas e de tirar o fôlego, onde não se percebe a adição de efeitos especiais, tudo na marra. Além do elenco cheio de notáveis.


A começar pelo Bourne de Matt Damon. Um personagem de silêncios, algumas perguntas e muita pancada. As últimas escolhas de Damon foram sensacionais: Syriana – A Indústria do Petróleo (2005), O Bom Pastor (2006) e Os Infiltrados (2006).

Reprisando o papel do capítulo anterior, temos Joan Allen, como Pamela Landy, e Julia Stiles (presente na Trilogia Bourne) como Nicky Parsons. Allen (classuda) já foi indicada ao Oscar três vezes (sempre como coadjuvante), por Nixon (1995), As Bruxas de Salém (1996) e A Conspiração (2000). Stiles fez os sucessos de bilheteria 10 Coisas que Eu Odeio em Você (1999) e o remake de A Profecia (2006).

Mais do elenco. Em papéis importantes como agentes do alto escalão da CIA temos David Strathairn, indicado ao Oscar e Globo de Ouro de ator por Boa Noite, Boa Sorte (2005) e Scott Glenn, veterano de filmes como O Silêncio dos Inocentes (1991) e Dia de Treinamento (2001). Finalizando Albert Finney, num papel misterioso e importante para a conclusão da saga de Bourne. Finney já foi indicado cinco vezes ao Oscar, incluindo As Aventuras de Tom Jones (1963) e Erin Brockovich – Uma Mulher de Talento (2000).


Falando especificamente das cenas de ação, são incontáveis as seqüências que primam pelos cortes rápidos e direção fulminante de Greengass, com destaque para a perseguição de carros em NY e a seqüência em que Bourne pula de um prédio para o outro, culminando com um quebra-pau sensacional. Sabemos que 007 é, sem dúvida, um ícone do cinema, mas em se tratando de desenvolvimento do personagem e o propósito de suas cenas de ação, ele tem que apreender para chegar à excelência alcançada por Jason Bourne na sua trilogia.

O Ultimato Bourne não é apenas mais um filme de ação, é um filmaço de adjetivos, com força suficiente para ser eternizado, sem exagero, como um dos melhores filmes de ação de todos os tempos.

NOTA: 9,3

INFORMAÇÕES ESPECIAIS:

O diretor: Paul Greengass foi indicado ao Oscar de direção pelo sufocante Vôo United 93 (2006), e ganhou o BAFTA de diretor pelo mesmo filme. Pelo pungente Domingo Sangrento (2002) ele ganhou dois prêmios em Berlim: Urso de Prata de direção e Prêmio do Júri;

Os Filmes: estreando em 2002 sem muito alarde, A Identidade Bourne foi dirigido por Doug Liman (do agitado Sr. & Sra. Smith de 2005) e era baseado no livro de Robert Ludlum de mesmo nome. Com um sucesso considerável de bilheteria (U$ 121 milhões, somente no mercado americano), Paul Greengass foi contratado para dirigir sua continuação, A Supremacia Bourne (2004), também baseado no livro de mesmo nome. U$ 176 milhões depois, uma terceira parte (desta vez levemente baseado no livro de Robert Ludlum), O Ultimato Bourne (2007) foi inevitável;

Trilha sonora nas caixetas: Love and Peace or Else, U2

> Originalmente publicado no site http://www.opovo.com.br/ (coluna Script), em 21/08/2007.

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