quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Tim Burton e Sua Fábrica de Sonhos

Willy Wonka é um recluso, milionário, esquisito e excêntrico dono da mais fantástica fábrica de chocolate que já existiu. Da sua fábrica também saem as mais saborosas guloseimas já feitas.

Tim Burton é um recluso, milionário, esquisito e excêntrico dono de uma das mentes mais engenhosas do cinema moderno. Da sua mente também saem as mais belas fábulas cinematográficas.

Burton certa vez afirmou que um dos seus livros prediletos é exatamente Charlie e a Fábrica de Chocolate, de Roald Dahl. E ninguém melhor do que Burton para levar as páginas de Dahl para o cinema com a precisão necessária, pois primeira vez o livro é fielmente adaptado para a película em A Fantástica Fábrica de Chocolate (Charlie and the Chocolate Factory, EUA/ING, 2005).

Quem gosta de cinema deve lembrar que essa não a primeira vez que o livro de Dahl é adaptado. Quem ainda não viu aquele filme de 1971 com mesmo nome e que tinha Gene Wilder como Willy Wonka, que vez ou outra passa sempre na tv aberta? As diferenças entre as duas versões são claras: no primeiro não existe um certo tom de tristeza que corretamente foi untado no filme de Burton, que acrescenta também flashbacks necessários, para contar a infância de Willy Wonka e fazendo-nos acreditar no porquê de sua personalidade ímpar. O final é diferente e ficou bem melhor, definido e fiel ao livro de Dhal.

E para não fazer feio na sua versão, Burton cercou-se de velhos e talentosos parceiros. Na pele de Wonka, temos o versátil Johnny Depp (com quem já havia trabalhado na fábula Edward Mãos-de-Tesoura de 1990, no soberbo Ed Wood de 1994, no ‘terrir’ de primeira A Lenda do Cavaleiro-Sem-Cabeça de 1999 e no humor negro de Noiva-Cadáver de 2005) que simplesmente passeia entre o agradável e o assustador com extrema sutileza.

Ainda no elenco Freddie Highmore (parceiro de cena de Depp em Em Busca da Terra do Nunca de 2004) como Charlie e Helena Boham-Carter (também parceira de cena de Depp em Noiva-Cadáver de 2005). A responsabilidade de adaptar o livro para as telas ficou a cargo de John August (do mágico Peixe Grande de 2003), enquanto a trilha sonora é do Ex-Oingo Boingo Danny Elfman (que simplesmente musicou todos os doze filmes de Burton para o cinema). Com o time completo, foi só correr para o abraço, com sucesso de público e crítica.


Uma excelente diversão irrestrita a idade, o DVD duplo contém uma série de extras que contemplam os espectadores com todo o processo de filmagem, cenas especiais e a construção de seus marcantes personagens. Assista e deleite-se com seu sabor nada amargo. Uma delícia.

> Originalmente publicado no site http://www.solcultura.com.br/ (coluna Iscrípite), em 30/11/2005.

Trilha Sonora nas Caixetas: Stay, Oingo Boingo.

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